Apesar de, neste ano, a primavera começar oficialmente no dia 22 de setembro, às 9h44, horário de Brasília, a chamada primavera meteorológica tem início já neste domingo (1).
As estações meteorológicas marcam os períodos do ano em que a transição de uma estação para a outra já começa a ser sentida, mesmo sem a mudança ter acontecido de acordo com o calendário.
Para entende melhor, é preciso lembrar de dois conceitos diferentes – as estações astronômicas e meteorológicas:
As estações astronômicas são aquelas que aprendemos na escola, definidas pela posição da Terra em relação ao Sol.
Já as meteorológicas ou climáticas são aquelas estações que sentimos na prática, definidas pelo ciclo anual de temperatura.
Para definir os dias e horários de início das estações, os astrônomos se baseiam nos solstícios (momentos em que a luz do Sol incide de forma mais intensa sobre um dos hemisférios) e equinócios (quando a luz solar incide da mesma forma sobre os dois hemisférios).
Os astrônomos explicam que a pequena variação de dias de início das estações está relacionada a dois fatores:
Já no caso das estações meteorológicas, o início tende a ser muito menos preciso. Os meteorologistas dividem as estações de acordo com os ritmos climáticos e também a partir do calendário.
Para meteorologistas e climatologistas, essa divisão é importante para a análise de dados de meses inteiros e futura comparação com padrões históricos.
Previsão para setembro
Após um fim de agosto marcado pelo retorno do calor, a previsão indica que o mês de setembro deve ter chuvas abaixo da média em boa parte do país e temperaturas elevadas.
Chuvas
As chuvas devem ficar acima da média apenas na faixa norte da região Norte, sul do Mato Grosso do Sul e de São Paulo e na região sul.
Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, sul da região Norte, interior do Nordeste e oeste do Paraná, estão previstas chuvas muito próximas ou abaixo da média para o período.
"A redução das chuvas em grande parte do país nesta época do ano é devido à persistência de massas de ar seco que ocasiona a diminuição da umidade relativa do ar", analisa o Inmet.
O cenário também tende a favorecer o aumento do número de queimadas, que já está elevado em todo o país.
Temperaturas
Para as temperaturas, a tendência é de um mês com marcas acima da média em todo o país, com possibilidade de novas ondas de calor – como a prevista para a primeira semana.
Em áreas do Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão e Piauí, as temperaturas médias podem ultrapassar os 30ºC.
No Sul, os três estados devem ter valores acima da média, mas as áreas de maior altitude ainda podem registrar temperaturas abaixo dos 12ºC. O mesmo deve acontecer no Sudeste.
Não está descartada a ocorrência de geadas em alguns locais dessas regiões devido à entrada de massas de ar frio que provocam a queda acentuada dos termômetros.
Expectativa para o La Niña
Após um El Niño atípico, que elevou as temperaturas pelo país e foi um dos mais intensos já registrados, a expectativa é do estabelecimento do La Niña no segundo semestre.
O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano. O fenômeno acontece a cada 3 ou 5 anos.
Atualmente, o Oceano Pacífico está na chamada fase neutra, quando não há atuação de nenhum dos dois fenômenos.
Segundo o relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) divulgado no dia 26 de agosto, há 66% de chance da consolidação do La Niña entre setembro e novembro.
"O La Ninã deve acontecer, mas deve ser de fraca intensidade. Também há possibilidade de temos um período apenas com viés frio, sem a consolidação do fenômeno", analisa a especialista em meterologia, Maria Clara Sassaki.
Uma análise da NOAA do início de agosto apontava que taxa de resfriamento foi mais lenta do que o previsto, mas que as condições para o desenvolvimento do fenômeno nos próximos meses ainda estão mantidas. Ainda segundo o órgão, o La Niña deve persistir ao menos até janeiro de 2025.
"Vai demorar para a chuva voltar de vez. As regiões mais litorâneas ainda vão se beneficiar das frentes costeiras, mas no interior a situação tende a ser bem complicada", prevê Maria Clara.
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